Pronto para encontrar Aladin

por Onevair Ferrari em 28.09.2015

Em meus trabalhos de coaching costumo dizer aos gerentes de projeto que eles devem estar preparados para encontrar o gênio da lâmpada a qualquer momento. Isso significa ter, na ponta da língua, seus três maiores desejos referentes ao projeto sob sua responsabilidade. E já aconteceu, algumas vezes, desta “profecia” se realizar.

Não exatamente com Aladin, mas num breve encontro de elevador, na saída do estacionamento ou ainda, inesperadamente, num lugar público fora da empresa, quando tiveram a oportunidade de falar muito rapidamente com alguém a quem não costumavam ter acesso fácil e que poderia resolver alguns dos problemas do projeto.

Nestes momentos é preciso saber exatamente o que dizer para não perder a grande chance ou transformá-la em algo inconsequente. A arte está em criar pontes para a continuidade, geralmente em outras circunstâncias. Para que isso seja possível, o ideal é que o “gênio”, ao perguntar sobre o projeto – e às vezes é preciso induzi-lo a perguntar – receba uma resposta breve mas instigante, que suscite a necessidade de mais informações. Deve ser algo que seja do interesse do “gênio” e não somente do interesse do gerente do projeto.

Claro que na posição de “gênio” é certo que haja interesses comuns entre ele, o gerente de projeto, o cliente do projeto, o patrocinador do projeto ou a empresa em geral. Mas é importante que seja algo que o sensibilize de imediato.

Não vale, nestas ocasiões, detratar o patrocinador do projeto, os gerentes funcionais ou o cliente do projeto, por mais que qualquer um desses mereça as críticas. Nem pensar, também, em reclamar das deficiências da empresa. Estes são caminhos certos para perder a chance.

Ao contrário, a abordagem deve ser sutil e perspicaz. Algo que faça o “gênio” pensar um pouco mais no projeto e desejar dar continuidade no dia seguinte, nos dias seguintes ou na semana seguinte, dependendo da prioridade do projeto e da sensibilização que o gerente do projeto conseguiu despertar.

Em alguns casos, vale também municiar o “gênio” com algumas informações rápidas que, embora possam não gerar resultados imediatos, ao serem propagadas por ele, poderão despertar reações em seus pares que o impelirão a retornar o assunto com o gerente do projeto.

As peculiaridades destas preciosas chances de encontrar o “gênio” exigem um preparo cuidadoso do speech a ser utilizado, pois o improviso pode não surtir o resultado esperado.

Se você está achando tudo isso muito maquiavélico, procure lembrar se realmente nunca viveu um encontro com o “gênio” ou se, até viveu, mas nem percebeu que desperdiçou a chance. Melhor nem comentar então, que estes encontros “inesperados” podem ser meticulosamente arranjados, bastando saber onde encontrar a lâmpada!

Uma das vantagens do coach é que, estando fora das situações e do consequente stress que elas causam, pode com cabeça fria, identificar possibilidades que nem sempre quem está envolvido nas situações consegue perceber.

E você, identificou o ”gênio”? Sabe onde encontrar a lâmpada? O quê você pediria para o seu projeto?

Onevair Ferrari, DSc, MSc, PMP é professor, consultor, palestrante, coach em Gerenciamento de Projetos e diretor da Nexor.
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